FRASES - EQUIPAS

"Uma soma de grandes individualidades não faz uma grande equipa, mas não há grandes equipas sem grandes individualidades"

“É mais importante um jogador que torna a sua equipa Grande, do que um Grande jogador numa equipa” - John Wooden

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

“Devolvam o jogo às crianças”

Já lá vai o tempo em que se jogava na rua, usando duas pedras de cada lado para fazer as balizas. Durante anos da minha juventude joguei “à bola”, naquela larga curva de alcatrão, junto ao “velho” portão de entrada do mítico campo do calvário. Ali jogávamos com entusiasmo e satisfação, horas a fio, utilizando o antigo e tradicional sistema organizativo, o “muda aos cinco e acaba aos dez”, onde imperava a máxima dos mais fortes, ou seja, “quem perde sai”. Um sistema evoluído que incluía paragens para descanso. Evoluído, porque não surgiam quando nos apetecia, eram pausas obrigatórias, com graves penalizações para quem não as cumprisse. Penalizações que poderiam ir desde o ligeiro “insulto” ou sermão, ao penoso atropelamento, imputadas pelo condutor do “moderno” Mercedes Benz 240 D, que ali passava no regresso a casa. Era um grupo de jovens que se juntava para “jogar à bola” à procura de diversão, sem obrigações nem responsabilidades competitivas. Só precisávamos de respeitar o próximo e de honrar as regras por nós estabelecidas. Era uma atividade física que fazíamos por prazer, como ocupação dos tempos livres, combatendo o sedentarismo, promovendo a socialização e cultivando amizades.
O futebol infantil atingiu um estado bem diferente do das gerações anteriores, onde o único envolvimento dos adultos era quando as nossas mães nos chamavam para ir fazer os TPC’s ou porque o jantar estava pronto. O futebol para as nossas crianças já não é tão bonito. Por vezes, chega a ser feio.
Demasiado competitivo e excessivamente controlado pelos adultos.
Numa altura em que os nossos filhos já não podem jogar na rua sem a supervisão de um adulto, os pais e treinadores assumiram o controlo do jogo. Atualmente as crianças não aprendem por si, mas sim com os adultos.
O futebol das crianças:
•    Já não é das crianças – os adultos assumiram o jogo.
•    Vemos em todos os jogos as mesmas crianças no banco de suplentes.
•    Treinadores e pais a “gritar” de fora das 4 linhas.
•    Demasiada preocupação com a vitória – esquecendo a diversão, o desenvolvimento da autonomia, espírito de iniciativa e criatividade.
•    Não existe a quantidade suficiente de “jogo livre” onde são as crianças a resolver os seus problemas.

2 comentários:

  1. Filipe gostei do que li.
    Vou-me redimir no que à 3ª "bolinha" diz respeito!!!!
    Beijinhos
    Paula

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  2. Parabéns Paula, é importante reconhecer as nossas falhas. Eu também tenho as minhas e treino após treino, competição após competição faço a minha auto-critica e procuro modificar as minhas ações menos positivas.
    Temos que ter a consciência de que as crianças são os intervenientes do jogo, na vida como no jogo temos de ter opções e que nem sempre são as mais acertadas. Mas temos de nós, ou neste caso, as crianças a decidir o que fazer.
    Temos que entender que um simples chamar pelo nome da criança para dizer que esteve bem naquele lance, é um elemento de distração para o jogador, desviando a sua atenção, e consequentemente deixa de estar focado no jogo.
    Beijo

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